quarta-feira, 1 de julho de 2015

Acontece na UFSM - 1° nanossatélite brasileiro completa um ano em órbita

No dia 19 de Junho de 2015 foi comemorado o primeiro aniversário do NanoSatC-BR1 em órbita. Um ano antes, uma equipe de Santa Maria participou dessa grande conquista para a Ciência Aeroespacial de Santa Maria, do Rio Grande do Sul e do Brasil como um todo, estando presente no momento do lançamento, da base de Yasny, na Rússia. O foguete Dnepr colocou em órbita o NanoSatC-BR1, juntamente com outros 33 satélites de 18 nacionalidades diferentes. Mais informações sobre o lançamento no link: http://www.kosmotras.ru/en/launch15/

Em todo processo de planejamento, desenvolvimento, produção, lançamento e operação foi feito pelos estudantes dos cursos de Engenharia Elétrica, Mecânica, Produção e Física da Universidade Federal de Santa Maria - UFSM.

O vídeo abaixo apresenta o registro do primeiro aniversário do NanoSatC-BR1 em órbita, e também os planos futuros da equipe do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais - CRS/INPE-MCTI, que trabalha em cooperação com a UFSM, através do Laboratório de Ciências Espaciais de Santa Maria - LACESM/CT/UFSM.




Meus Parabéns a toda equipe do programa NanoSatC do Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e da Universidade Federal de Santa Maria.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ejeções de Massa Coronais - CMEs

Segundo Schwenn 2004 Ejeção de Massa Coronal (Coronal Mass Ejection - CME) são definidas como variações observáveis na estrutura coronal que 1) ocorre em uma escala temporal de alguns minutos até várias horas e 2) envolve o aparecimento e movimento para longe do Sol de uma estrutura nova, discreta, brilhante de luz branca no campo de visão de um coronógrafo. Schwenn 2004 também exalta o fato de que essa definição não especifica a origem da estrutura, nem sua natureza.

Essa definição deixa claro que somente as estruturas observadas no campo de visão de um coronógrafo é que são definidas como CMEs, ou seja, antes da observação sistemática do Sol através de satélites contendo coronógrafos a bordo, essas estruturas não era conhecidas. Portanto definir um coronógrafo se faz importante. A Figura 1 mostra duas imagens sendo, a da esquerda, do coronógrafo C2 e a da direita, do coronógrafo C3 do instrumento LASCO a bordo do satélite SOHO. Um coronógrafo é uma câmera que simula um eclipse através de um ocultador (discos vermelho e azul no centro das imagens da Figura 1), para que o brilho do Sol seja ofuscado, tornando possível observar seu entorno, nas precisamente, a Coroa Solar. Os círculos brancos em cada uma das imagens, marcam onde está e mostram o tamanho do Sol em cada uma das imagens.

A estrutura mas clara em forma de arco é exatamente a CME ejetada pelo Sol no dia 27 de fevereiro de 2000. 


Figura 1: Imagens do coronógrafo LASCO C2 (esquerda) e C3 (direita) mostrando uma CME ocorrida em fevereiro de 2000. FONTE: http://sohowww.nascom.nasa.gov/gallery/images/large/las02.jpg

Essas estruturas, quando viajam pelo meio interplanetário, poem eventualmente atingir a magnetosfera da Terra e provocar o fenômeno de Tempestade Geomagnética, que trata-se de um distúrbio no campo geomagnético, com transferência de energia do vento solar para a magnetosfera da Terra.

As Figuras 2 e 3 mostram mais imagens desse belíssimo fenômeno conhecido por poucos, mas que pode causar sérias consequências para nossos sistemas tecnológicos.

Figura 2:Imagens sequenciais da evolução temporal de uma CME, ocorrida em Março de 2000 (FONTE: http://sohowww.nascom.nasa.gov/gallery/images/large/c2panel00.jpg ).

Figura 3: Composição de imagens, mostrando o disco solar  e a possível fonte da CME no disco solar (FONTE: http://sohowww.nascom.nasa.gov/gallery/images/large/20031202c2eit304.jpg ).


terça-feira, 23 de junho de 2015

Equipes da UFSM e do Inpe vão lançar novo satélite - Reportagem do Diário de Santa Maria 23/06/2015

As equipes da UFSM e do INPE em Santa Maria que participaram do desenvolvimento de um nanossatélite, lançado há um ano, na Rússia, já trabalham no projeto de um novo satélite, o NanoSatC-BR2, que deve ser enviado à órbita terrestre em 2016, nos Estados Unidos. Ele terá o dobro de tamanho do primeiro modelo. Desta vez, o formato não será o de um cubo, mas o de um paralelepípedo (nas proporções 10cmx10cmx20cm). Outra novidade é que o "BR2" terá dois magnetômetros, um interno e outro externo, que medem a intensidade do campo magnético da Terra. Para um futuro próximo, dentro do mesmo projeto, está previsto ainda o lançamento dos nanossatélites "BR3" e "BR4".

O pesquisador Nelson Schuch é um dos coordenadores do projeto NanoSatC e, agora, vai apresentar os resultados da experiência com o satélite lançado há um ano num evento que ocorre até 2 de julho, em Praga, na República Tcheca. Outros três alunos e bolsistas da UFSM e do Inpe acompanham Schuch.
Como está o 1º nanossatélite
O satélite lançado em 19 de junho de 2014 segue viajando a uma velocidade de 7,5 km por segundo, dando uma volta na Terra a cada 90 minutos. Ele gravita a 614 km da superfície terrestre. Segundo Schuch, ele e sua equipe seguem monitorando os passos do satélite. Entretanto, as missões científicas e tecnológicas já haviam sido completadas com sucesso três meses após o seu lançamento no espaço. O magnômetro coletou dados do campo magnético terrestre, especialmente da Anomalia do Atlântico Sul, na qual se encontra boa parte do Brasil, incluindo Santa Maria.
Já em relação aos circuitos integrados ("chips"), um deles foi desenvolvido pela UFRGS, e o outro, pela Santa Maria Design House (SMDH), ligada a grupos da UFSM. Quanto ao chip daqui, um dos objetivos de sua ida ao espaço era testar a resistência dos materiais. Em posse das informações enviadas pelo satélite, os desenvolvedores tiveram as suas hipóteses confirmadas: a parte do chip projetada para ter tolerância maior à radiação solar apresentou mais resistência que a parte vulnerável do circuito.
Atualmente, os pesquisadores tentam aumentar a vida útil do NanoSatC-BR1, desligando as baterias. Agora, ele só tem enviado sinais quando está sobre a linha do Equador e no Hemisfério Norte, sendo captados por radioamadores, com os quais a equipe de Santa Maria entra em contato.