quarta-feira, 19 de novembro de 2014

NANOSATC-BR1 - Primeiras medidas Brasileiras do Campo Geomagnético em órbita espacial

O primeiro satélite científico Brasileiro, o NANOSATC-BR1, (NCBR1), CubeSat 1U, primeiro nanosatélite científico universitário Brasileiro, Projeto e Programa desenvolvido no âmbito da Parceria MCTI/INPE - UFSM, que foi lançado em órbita terrestre da base de lançamentos espaciais da Rússia, em Yasny, pelo lançador DNEPR, há exatos 5 meses (19 de junho de 2014), confirma previsão dos valores teóricos da intensidade do Campo Magnético Total da Terra, conforme previsto pelo modelo: “International Geomagnetic Reference Field” – IGRF da IAGA/IUGG. Uma pré-análise científica dos dados observados e coletados pelo magnetômetro de carga útil XEN-1210, em operação a bordo do NCBR1, efetuada pela Equipe Científica do Projeto NCBR1, sob a liderança do Dr. Marlos Rockenbach da Silva, no CRS/INPE-MCTI, em Santa Maria, RS, mostra uma ótima correlação dos dados observados e coletados pelo satélite NCBR1 em comparação com valores teóricos previstos para a intensidade do Campo Geomagnético para a mesma altitude com a modelagem teórica do IGRF-IAGA/IUGG.



Para exemplificar, a Figura mostra um mapa da intensidade total do Campo Geomagnético para altitude de 614km para a América do Sul, região de domínio da Anomalia Magnética da América do Sul – AMAS, mostrando que a variação espacial da intensidade total do Campo Geomagnético varia entre 24.000nT na borda e 17.000 nT no centro na AMAS. A Estação Terrena de Rastreio e Controle de Nanosatélites, ET(INPE-CRS), em Santa Maria - RS, está indicada na Figura pela estrela preta, encontrando-se  próxima ao centro da AMAS. A linha vermelha na Figura indica a órbita aproximada do NCBR1 no dia 17 de agosto de 2014, no período de 10:57h a 11:07h. Nesse período o nanosatélite científico se desloca do polo Sul em direção ao polo Norte geográfico. No lado direito da linha vermelha são apresentados os valores do Campo Geomagnético Total, em nanoteslas, calculado a partir do registro das observações coletadas das três componentes x, y e z do Campo Geomagnético feito pelo NCBR1, a 614 km de altitude. Comparando esses valores com aqueles previstos pelo modelo do IGRF-IAGA/IUGG pode-se perceber que o magnetômetro XEN-1210 do NCBR1(resolução nominal de 15 nT) além de registrar e confirmar a presença da AMAS sobre o Brasil, registra valores da intensidade do Campo Geomagnético bastante condizentes, salvo as diferenças que ocorrem devido às aproximações utilizadas pela modelagem do IGRF.

Figura - Mapa da intensidade total do Campo Geomagnético para altitude de 614km sobre a América do Sul, na região de domínio da AMAS, onde a linha vermelha indica a órbita espacial aproximada do NCBR1 no dia 17 de agosto de 2014, no período de 10:57h a 11:07h, e ao lado direito da linha são apresentados os valores da intensidade do Campo Geomagnético observados e coletados pelo NCBR1 naquela órbita.


Uma análise mais aprofundada dos dados observados e coletados pelo NCBR1 está sendo efetuada pela Equipe Científica do Projeto NCBR1, e um artigo científico está sendo redigido e logo será encaminhado para aprovação e publicação, em periódico científico internacional, com uma análise mais profunda das observações científicas e suas conclusões. Comprova-se assim a validade de uso de tais tipos de experimentos, como o do NCBR1, para a investigação de fenômenos eletrodinâmicos sobre a América do Sul. 

Mais Informações: www.inpe.br/crs/nanosat
Notícia publicada em: http://www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=3769

Nenhum comentário:

Postar um comentário