No post Explosões Solares, escrevi sucintamente sobre as explosões solares, que são eventos impulsivos com liberação de grande quantidade de energia e radiação em quase todos os comprimentos de onda do espectro eletromagnético. Essa radiação eletromagnética demora aproximadamente 8 minutos até atingir a Terra, pois viaja com a velocidade da luz.
Juntamente com essa radiação, também são ejetadas partículas (prótons, elétrons e íons mais pesados), que demoram mais tempo que a radiação eletromagnética (as partículas mais rápidas podem alcançar velocidade de até 80% da velocidade da luz).
Essas partículas são muito mais prejudiciais aos satélites do que a radiação eletromagnética, pois elas podem depositar energia danificando os componentes eletrônicos dos instrumentos a bordo dos satélites, que não estão protegidos pelo campo magnético da Terra, estando completamente expostos à ação dessas partículas. Astronautas também podem ser atingidos por essas partículas, em especial partículas com energia maior que 40 MeV podem inclusive matar um astronauta desprotegido.
Os eventos de SEP são detectados pelo satélite ACE, cujos dados estão apresentados na Figura 1, mostrando a detecção dessas partículas energéticas de origem solar. Podemos perceber um súbito aumento nas contagens de prótons no dia 11 de abril de 2013, em todas as energias detectadas pelos instrumentos do satélite ACE.
Existem dois tipos de eventos de partículas energéticas solares:
Os eventos de SEP são detectados pelo satélite ACE, cujos dados estão apresentados na Figura 1, mostrando a detecção dessas partículas energéticas de origem solar. Podemos perceber um súbito aumento nas contagens de prótons no dia 11 de abril de 2013, em todas as energias detectadas pelos instrumentos do satélite ACE.
Figura 1: Dados do fluxo de prótons obtidos pelo satélite ACE em diferentes faixas de energias.
Existem dois tipos de eventos de partículas energéticas solares:
- Os eventos graduais possuem a duração de alguns dias, são ricos em prótons e possuem, em média, a mesma composição de elementos e estados de ionização do plasma coronal. Estão associados com explosões graduais de Raios-X e radio-emissões tipos II e IV. Esses eventos são observados em várias localidades distintas;
- Os eventos impulsivos são de curta duração e somente são observados em locais "magneticamente conectados" com o Sol, ou seja, em locais onde as linhas do campo magnético solar são aproximadamente verticais. São ricos em elétrons e estão associados com explosões de Raios-X e H-Alfa impulsivas.
Sei que é difícil para a maioria das pessoas entenderem os fenômenos, principalmente para quem não está acostumado com a nomenclatura. Para um melhor entendimento, sugiro que os leitores consultem um glossário de termos técnicos da área de Física da Relação Sol-Terra e Clima Espacial que está disponível no seguinte link - http://www2.inpe.br/climaespacial/pt/glossario/index.
Mais uma vez, graças ao campo magnético e à atmosfera terrestre, estamos protegidos dessas partículas.